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Meu nome é Mariana Gabriela Fonseca, prazer. Sou formada em Imagem e Som pela UFSCar (turma 2000 a 2003) e atualmente curso Ciências Biológicas na Unesp Rio Claro (Turma de 2007 até atualmente). Atuo como professora eventual na rede pública Estadual de ensino e tenho grande paixão pelo meu trabalho. Pretendo me formar na licenciatura e fazer pós graduação em Educação. Acredito em uma nova educação, diferente do que é hoje praticada nas escolas brasileiras. Para mim, o método de ensino em vigor é precário e obsoleto, não segue o fluxo das mudanças decorrentes de uma série de transformações sociais, econômicas, comportamentais e tecnológicas. Por isso, estou sempre procurando inovar em minhas aulas, mesmo que muitas vezes falhe e/ou caia no tradicional. Afinal, errando é que se aprende.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Arte - A lousa como superfície/ tela

Tenho passado apuros nas questões burocráticas da educação, mas vou me abster em falar apenas desta pequena parcela do que acho que seria uma boa reflexão... algo que surgiu de improviso, em uma tarde onde estava completamente sem cabeça para dar aulas...

Hoje a tarde (03/08/12) me incumbiram de dar 6 aulas de ARTE. Cheguei ja quase no meio da segunda aula, era uma sétima série. Haviam poucos alunos por conta do início do semestre ter calhado em uma quarta feira... Na sexta, bem, haviam cerca de 10 a 15 alunos nas salas da escola. Sendo assim, sem nada em mãos, entrei na sala e lancei a pergunta: O que é Arte?
Os alunos não estavam de fato interessados em mim e nem em pensar Arte, estavam um pouco tensos porque os tinha retirado de uma deliciosa aula vaga numa tarde de sexta feira. Ainda assim, eles lançaram respostas no ar:
- é desenho
- quadro
teatro
música
filme...

Com essas respostas em mão, os levei a pensar que ARTE diz respeito a atividades que nos entretém, aquelas que divertem. Então, aprender ARTE, deve ser algo divertido, no mínimo. Escolhemos ouvir determinada música, ou assitir ao Homem Aranha. Arte é prazer, é entretenimento. E é expressão. A expressão de quem executa. Falamos sobre arte abstrata, e eles me definiram como sendo algo que não tem forma, que não representa nada tal qual o real, e carrega sentimentos. Sentimentos, quando retratados, são de maneira abstrata. Mas isso, não é algo de domínio apenas deste tipo de representação. Mesmo a arte concreta carrega em si emoções, sentimentos, expressão e muita técnica. Dei o exemplo do clássico NATUREZA MORTA, onde vemos a maçã e o jarro. Senti muito feeling nas crianças, de fato muitas coisas me surpreeenderam na forma como eles encararam.

Em seguida, apresentei a possibilidade da criação coletiva e consequentemente a arte coletiva, como resultado de um processo. Falei sobre o que significa um artista dedicar tempo a pintar um quadro, por exemplo. Qual a motivação? E então, brevemente chegamos à conclusão de que para produzir, é necessário: motivação, uma ideia ... um "tema". E assim, propus que eles utilizassem do quadro e fiz colorido para produzirem um desenho coletico que representaria uma ideia em comum. A escolha do tema partiu deles, e foi VIOLÊNCIA. Antes de iniciarem, coloquei uma questçao sobre o que é a tela. Mostrei o quadro limpo, "virgem". Nu, em branco, esperando para ser usado. Levantei a ideia de que a superfície faz parte da obra. Uma vez que você escolhe se expressar e pode optar pela superfície, e além disso, se a arte será estampada em um plano, então ele se torna parte dela. Os fiz olhar atentamente aos detalhes. A textura, a cor... os defeitos. Havia um buraco enorme no meio da lousa, e sugeri que fosse utilizado como parte da criação. Pensamos sobre a efemeridade da arte mural, pois o que ali íamos fazer, alí ficaria, seria uma obra de arte que fecharíamos apenas ao nosso conhecimento, depois a lousa seria apagaada e tudo mudaria. A arte, esvai.

A prática em si não teve resultados muito animadores. Era uma sala "difícil", alguns alunos repetentes e mais rebeldes, "sem noção", e então por um tempo eles fizeram muita bagunça, brincadeiras com a mãe do colega, representações maldosas de pessoas conhecidas, e assim por diante. Ainda assim, procurei interagir ao máximo com eles, e incentivar a levar o tema ao fim, sem fugir. O resultado foram vários desenhos, cada um representando a violência em suas várias formas. Veja abaixo algumas fotos da aula:

Alunos

Neste desenho, o garoto havia desenhado um estupro, mas quando fui tirar a foto, apagou rapidamente com medo de que eu fosse mostrar pra diretora...

Desenho em andamento

Assassinato

Soco

Este desenho, segundo o garoto que o fez, representa o "bullying", onde um aluno mais velho ruba dinheiro de outro mais novo para comprar lanche.



Uso de drogas







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