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Rio Claro, SP, Brazil
Meu nome é Mariana Gabriela Fonseca, prazer. Sou formada em Imagem e Som pela UFSCar (turma 2000 a 2003) e atualmente curso Ciências Biológicas na Unesp Rio Claro (Turma de 2007 até atualmente). Atuo como professora eventual na rede pública Estadual de ensino e tenho grande paixão pelo meu trabalho. Pretendo me formar na licenciatura e fazer pós graduação em Educação. Acredito em uma nova educação, diferente do que é hoje praticada nas escolas brasileiras. Para mim, o método de ensino em vigor é precário e obsoleto, não segue o fluxo das mudanças decorrentes de uma série de transformações sociais, econômicas, comportamentais e tecnológicas. Por isso, estou sempre procurando inovar em minhas aulas, mesmo que muitas vezes falhe e/ou caia no tradicional. Afinal, errando é que se aprende.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Você tem cara de idiota!

As piores salas para se dar aula, na minha opinião, são as de ensino fundamental e as do período noturno. Uma noite, estava dando uma aula hiper empolgada de Física, se não me engano, quando a turma se dispersou. Eu costumo ser uma professora bem tranquila, não pego no pé de quem está dormindo, ouvindo música no fone de ouvido, ou passando bilhetinhos. É o que costumo dizer a eles: Quem quer, aprende. O aprendizado é responsabilidade 50% do professor e 50% do aluno. Se eles querem mesmo mudar a dura realidade, devem ter responsabilidade, maturidade, e entender que depende mais deles do que de qualquer pessoa para que isso aconteça. Pode dormir, pode ouvir música, pode escrever bilhetinho. Não está afim de prestar atenção, tudo bem, contanto que não atrapalhem a aula, contanto que respeitem o fato de que queiram ou não, aquilo é uma sala de aula e há muita gente interessada em aprender.
Bom, voltando àquela aula. Era um 1º ou 2º Colegial, não me lembro exatamente. Chamei a atenção deles para que parassem com a conversa e retomassem a concentração. Todos pararam, menos duas garotas, que haviam juntado a carteira e eu tinha feito vista grossa pra tal fato. "Silêncio meninas". Nada. "Silêncio meninas". Nada. Devo ter pedido silêncio umas 4 vezes antes de gritar um SILÊEEEEEEEEEEEEEEENCIO estridente. Elas me olharam, uma pediu desculpas, a outra começou a rir. E ria, ria, ria, sem parar. E eu olhando pra ela, esperando a crise passar. Mas não adiantava. Ela olhava pra mim e ria. Isso me estressou.
"Você está rindo do que, afinal? Por acaso tenho cara de palhaça?!" "Não sei, professora, a senhora acha que tem cara de palhaça?!" 
"Quem está fazendo a pergunta aqui sou eu, isso é uma tremenda falta de consideração, você está faltando com o respeito comigo" 
"Eu acho que você tem cara de idiota".
 
(BANG BANG YOU'RE DEAD.)

Uma situação dessas era muito nova e muito fora da realidade das escolas particulares em que estudei. Como agir? Me senti um tanto quanto humilhada, mas um pouco sem reação. Peguei o nome dela, fiz uma anotação no diário de sala, e continuei com a aula, com aquilo entalado. E ela não parou de conversar a aula toda, e olhava para mim e ria. No intervalo, a coordenadora me perguntou se a aula tinha sido tranquila, porque aquela sala tinha fama de ser terrível. Daí, comentei do ocorrido, e ela ficou admiradamente possessa!
 
"Isso não pode acontecer! Isso é muito sério!!!!"

Já estava na última aula quando a diretora apareceu na porta da sala acompanhada da tal garota. Pelo que percebi, a menina havia tomado uma bela duma "ralada", com direito a chamarem os pais (que não quiseram nem saber dela, por sinal) e tudo. Ela me pediu mil desculpas, assumiu que o que fez foi errado e disse que se eu quisesse, poderia pedir desculpas frente à sala, já que o que ela havia feito tinha sido na frente deles. Não achei necessário. Aceitei as desculpas, terminei minha aula, e fui embora, um pouco abalada, mas muito mais forte.

Um comentário:

Unknown disse...

Que bom que você teve o respaldo da direção, para impor limites a falta de educação dos alunos contra nós!

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