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Rio Claro, SP, Brazil
Meu nome é Mariana Gabriela Fonseca, prazer. Sou formada em Imagem e Som pela UFSCar (turma 2000 a 2003) e atualmente curso Ciências Biológicas na Unesp Rio Claro (Turma de 2007 até atualmente). Atuo como professora eventual na rede pública Estadual de ensino e tenho grande paixão pelo meu trabalho. Pretendo me formar na licenciatura e fazer pós graduação em Educação. Acredito em uma nova educação, diferente do que é hoje praticada nas escolas brasileiras. Para mim, o método de ensino em vigor é precário e obsoleto, não segue o fluxo das mudanças decorrentes de uma série de transformações sociais, econômicas, comportamentais e tecnológicas. Por isso, estou sempre procurando inovar em minhas aulas, mesmo que muitas vezes falhe e/ou caia no tradicional. Afinal, errando é que se aprende.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ideias, ideias e mais ideias


Sempre penso muito em como posso inovar na sala de aula. Acredito que o método de ensino que é aplicado atualmente é demasiado obsoleto para os dias de hoje. As gerações mudam, a tecnologia muda, as espécies mudam (!), e aí eu me pergunto: porque a educação não muda? Se estamos lidando com a formação de cidadãos, com pessoas, mutáveis, então me parece tão óbvio que o modo como devemos ensinar também deve mudar, além do conteúdo, que precisa urgentemente sofrer profundas alterações para contextualizar a teoria, a prática, e consolidar uma Educação flexível, maleável, plástica... Claro, este tipo de mudança não ocorre do dia para a noite e muito menos se faz individualmente. Mas, quando estou eu e eles, frente a frente, na sala de aula, posso pelo menos tentar alguma mudança, sutil, experimental, inovadora. Fico observando o quanto falta de compreensão quanto às mudanças comportamentais da geração que estamos lindando, por parte de: Governo, diretores, professores, pedagodos - os ativos, e não os teóricos (se bem que até aí observa-se um engessamento em padrões mas ainda tem quem pense diferente, ainda bem!). Basta entrar em uma sala de aula, que observa-se alunos que ouvem música, conversam, usam internet no celular, lêem alguma coisa ... tudo ao mesmo tempo e agora. Já é fato que os jovens de hoje possuem uma habilidade quase inata de poder se concentrar em várias atividades ao mesmo tempo. É a típica cena do adolescente ou criança que assiste tv com o rádio ligado, msn piscando, facebook ou orkut, ou um jogo, conversam ao celular, comem ... Multifuncionalidade total. E daí essas crianças ou adolescentes vão para a escola e são obrigados a sentarem-se em uma sala fechada, em uma fila de carteiras, olhando para a frente, quietos. E são obrigados a ouvir um blá blá blá sem sentido, uma avalanche de conteúdo sem perspectiva de utilidade, porque os exemplos - quando ocorrem - da aplicação são sempre ultrapassados, provavelmente o mesmo problema de matemática que minha avó estudou ou a aplicação física que meus pais conhecem. E aí, aonde fica a tecnologia, e toda a evolução que dizemos ter vivido e estar vivendo, em todos os aspectos? Do lado de fora da escola? Qual o sentido em exigir cópias e mais cópias de um livro didático qualquer, de pedir a decoreba dos verbos intransitivos em inglês, ou de fórmulas como Velocidade média, fórmula de Báskara, Gravitação de corpos, Magnetismo... o nome dos ossos, as glândulas... qual é o objetivo, imagino que essa seja a pergunta que mais ecoa no consciente e inconsciente de uma maioria avassaladora de alunos. Inspiro-me muito na concepção de escola libertária, e nesse assunto tenho como "mestre" A.S. Neill e sua Summerhill School. Descobri esta linha de pensamento pedagógico há pouquíssimo tempo, ano passado, quando uma professora de Psicologia da Educação me pediu um trabalho sobre o livro de Neill entitulado: Summerhill - Liberdade sem Medo. Fiquei boquiaberta quando comecei a folhear o livro, ainda na biblioteca da faculdade... Finalmente eu estava lendo algo que se aproximava do que eu sempre imaginei em uma escola. Claro, se formos observar de perto, ainda muitas coisas de summerhill creio que sejam um tanto quanto difíceis de serem aplicadas aqui, no Brasil, no entanto, a ideia central me encanta e acho perfeitamente aplicável, maleável, passível de adaptações à realidade e contexto em que vivemos. Bem, teorias à parte, cheguei à uma ideia. Um amigo me disse que um de seus "sonhos", ou planos para o futuro é o de criar uma escola libertária, totalmente diferente. E assim, vi que posso unir-me a pessoas como ele, que tem essa mesma inquietação, e colocar em prática isso. Um dia, ah, um dia... estava me perguntando ainda hoje: poxa, existe escola católica, presbiteriana (a que estudei, inclusive), por que não uma escola libertária cultural? A ideia ainda está em amadurecimento, claro, ainda é apenas um brainstorm absurdo, um sonho, plano, sei lá o que pode-se chamar. Um projeto! Penso em uma escola aonde o maior número (em variedade) de filosofias, culturas e conteúdos possam ser estudados pelos alunos. Obviamente teríamos uma limitação de carga horária, ao menos que estivéssemos falando de um modelo de internato. O que não me parece má ideia, a opção de escola integral, meio período ou internato. À critério da família e do aluno escolherem uma das opções. O leque de conteúdos seria enorme. Além do conteúdo padrão, de disciplinas como Física, Matemática, Biologia, História, etc - e estes obviamente pensados para serem trabalhados de maneira completamente diferente do que se faz hoje,longe de ser padrão no quesito metodologia - teria-se à escolha dos alunos aulas nas mais diversas áreas do conhecimento e da cultura: Música, teatro, esportes, pintura e desenho, cinema e video, informática, línguas, dança... Claro, isso nao é nada inovador se analisarmos cruamente, mas não estou aqui me referindo ao básico disso tudo, e sim de uma abertura imensa de opções, fugindo do tradicional "FUTEBOL, INGLES E ESPANHOL, EDUCAÇÃO ARTÍSTICA". Estou falando de coisas novas, que podem incluir desde o estudo de crenças e religiões diversas - do catolicismo ao xamanismo - filosofia cética, filosofia tradicional, oficinas de reciclagem, artesanato sustentável, nutrição - podendo incluir culinária e gastronomia - kung fu, ballet, dança de salão, forró, hip hop... aulas de HARPA, tambores africanos... Acho que deu para entender do que estou falando. Mas calma, não pensem que sou uma sonhadora alucinada, utópica. Sei das inúmeras limitações - financeiras, espaciais etc.. - que rondam a execução de um projeto deste. No entanto, ao mesmo tempo, penso aqui comigo: por que não? De pouquinho em pouquinho, com a ajuda de pessoas que pensem da mesma maneira, pessoas que tenham como eu a intenção de transformar, agir, trazer algum benefício para esta sociedade, sem necessariamente enriquecer com isto. Porque quando pensei mais a fundo nisso, não pude deixar de pensar que assim, "no papel" esta escola parece um liceu, uma escola de bervely hills, onde só gente com muito poder aquisitivo poderia estudar, porque a mensalidade seria exorbitante. Mas eu acredito piamente que é possível que uma escola desta grandeza seja oferecida para a sociedade como um todo, independente de classe social. Um longo trabalho, que envolve pessoas de coração aberto, mente sã e lúcida... pessoas que não tenham projetos de casa em miami beach e nada do genero... Apenas gente que, como eu, sonhe em mostrar que é possível uma mudança, contanto que estejamos todos unidos em um só objetivo: transformar a educação.

(continua...)

6 comentários:

Meu páis Educação disse...

Juro que vou ler com calma. Dou aulas faz quase 30 anos. Tenho algumas das tuas angústias e quase nenhuma certeza...Mas depois comento mais. Quis apenas registrar...

Zé disse...

Acredito que essa multifuncionalidade dos alunos tem limite. Fazem muitas coisas ao mesmo tempo, mas não fazem nada direito, pelo menos não os meus alunos.
A tecnologia mudou, o ser humano não. O ser humano de hoje é o mesmo de pelo menos dez mil anos atrás. O método como o cérebro aprende também não mudou. Infelizmente (ou felizmente, depende do ponto de vista) o método de aprendizado tem de ser esse que os alunos acham chato. Sem dedicação, nada se aprende. Com tantas bugingangas eletrônicas, a pessoa acha que a felicidade está nela, e que aprendizado bom é saber mexer com as ferramentas das redes sociais. Oras, as pessoas estão sendo enganadas, nem tudo o que brilha é ouro. Não é porque é moderno que é útil. É triste, mas é real.

P.S.: Não sei como uma aula multimídia poderia facilitar o aprendizado. Quando o aluno não quer, não há nada que o faça aprender.

Anônimo disse...

AMIGA
ESCOLA MODELO INDUSTRIAL AINDA PREPARANDO INDIVÍDUOS PARA O AMBIENTE FABRIL...REPARE Q NAS ESCOLAS TEM SINAIS COMO NA FABRICA E VC ALUNO É UMA PEÇA QUE PASSA COMO EM UMA FABRICA POR UM PROCESSO DE SERIAÇÃO.

Anônimo disse...

Com um pé no chão e o outro nas estrelas o professor pode levar os seus alunos a todos os lugares. (José Ribamar Feitosa)

Anônimo disse...

A multifuncionalidade tá aí! Não tem como fugir ou ignorá-la. Deixá-la de lado só afasta ainda mais os alunos. Se com ela não querem aprender, sem ela será mais difícil ainda. Hoje isso é o que os atrai, infelizmente.

Jessica disse...

Penso exatamente da mesma forma que você, podemos abrir uma escola assim juntas UHASUHSA, sinceramente, sempre pensei sobre isso também, porque escola deveria ter um leque cultural, por isso a maioria das crianças e adolescentes estão hoje jogados ao mundo, corrompendo-se, não tem uma bagagem cultural, quando não vem dos pais, a escola que deveria se encarregar disso, criando assim uma geração que lá no futuro vai passar essa bagagem cultural para seus filhos, netos e etc, o Brasil deveria ter esse planejamento, nossa escola é muito recente, ainda tem que evoluir muito, talvez um dia quem sabe, isso se torne possível.

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